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August Strindberg, Célestographies, 1894
Depois de várias experiências falhadas, August Strindberg, influenciado pela crescente importância da fotografia nos meios da astronomia, decide expor os papéis fotográficos directamente à luz das estrelas, sem aparelho nem objectiva. A recusa daquilo a que chamava o ‘olho-enganador’ do dispositivo fotográfico levou-o a abandonar à sua sorte, sob o céu estrelado, as placas sensibilizadas, pousadas no parapeito de uma janela ou sobre o solo, por vezes mergulhadas já dentro do banho revelador. As fotografias obtidas, castanhas e escuras, eram manchadas por uma infinidade de pontos mais claros que Strindberg interpretou como sendo estrelas mas que tanto podem ter resultado de uma reacção química inesperada como da presença de partículas em suspensão.