Artista Fascinado pela água, apresentando nas suas obras realidades sobre a condição humana, Bill Viola afunda o espectador numa ambiência de som e imagem com o Espelho d’água. Criado em 1977-1979, é uma peça que foi realizada com técnicas de vídeo analógico. Aborda a vida humana, centralizada nos conceitos de nascimento, baptismo, tempo e memória.

Para além destes conceitos abordados, há relações que se destacam entre o som e a imagem, na qual a questão do tempo é importante observar.

Segundo Viola, a nossa identidade só é clara quando se reflecte no mundo, sendo assim, trata questões de identidade e, não só, a realidade e ilusão também estão presentes nesta peça, nos quais pretendo verificar e analisar com os termos de imagem e imaginário defendidos por Ricardo Campos, no texto «Uma cidade de Imagens, Produções e Consumos Visuais em Meio Urbano».

Percorrendo o vídeo Espelho d’água, Bill Viola é o sujeito desta peça. Deparamo-nos com um plano fixo de um panorama de floresta que possui um tanque de água ou piscina. Esta piscina encontra-se na parte inferior do plano da imagem. Assistimos ao som de um avião, que vai decrescendo, surgindo um vulto da floresta que se aproxima da piscina, descalça-se e surge novamente um som exterior de outro avião, o som ao diminuir, o sujeito grita e salta para mergulhar, no entanto o tempo pára antes do sujeito mergulhar na piscina e apenas ficamos a ver uma figura suspensa no ar. O tempo parou. Mas… apenas em metade do plano da imagem. Ou seja, a parte superior da imagem parou naquele momento e ficou assim, mas no tanque a água continua a ondular e continuamos a ouvir o som da natureza. Observamos os raios solares reflectidos na água alterando a cor desta, caem gotas da figura estática do plano superior da imagem e a silhueta estática começa a desaparecer, fundindo-se com a floresta. Acabamos por perceber que entramos num mundo da realidade ilusão. Observamos reflexos de vultos na água, no entanto na realidade não estão presentes para existir reflexo.

Certo momento, a água fica muito escura, com um círculo brilhante na água, como se fosse o renascer de algo, a água retorna a cor normal e sai um homem da água caminhando para o interior da floresta.

É interessante o seguimento que este vídeo possui, pois contém uma narrativa, e o momento do salto denuncia o momento seguinte, mas não vemos o contacto directo do homem com a água, mas aconteceu, resplandecendo da água no fim do vídeo. Há uma misticidade por detrás desta obra e um questionamento no “parar no tempo”.

O som do avião poderá condicionar a acção do sujeito? E poderá o sujeito parar no tempo e fundir-se na natureza de modo a observar ocorrências posteriores? Estas e outras perguntas pretendo certificar, explorando o mundo do som e da imagem, de que modo se influenciam e que formas estes podem ter, assumindo ou condicionando determinados pensamentos.

Webgrafia:

http://www.youtube.com/watch?v=D_urrt8X0l8

 http://translate.google.pt/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://people.wcsu.edu/mccarneyh/fva/V/ViolaEssay.html&prev=/search%3Fq%3Dbill%2Bviola%2Breflecting%2Bpool%26sa%3DX%26hl%3Dpt-BR%26biw%3D1366%26bih%3D624&sa=X&ei=iDhtUbufAoGO7Qa2pIDABQ&ved=0CF8Q7gEwCA

http://translate.google.pt/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.eai.org/title.htm%3Fid%3D13746&prev=/search%3Fq%3Dbill%2Bviola%2Breflecting%2Bpool%26sa%3DX%26hl%3Dpt-BR%26biw%3D1366%26bih%3D624&sa=X&ei=iDhtUbufAoGO7Qa2pIDABQ&ved=0CG0Q7gEwCg

 

Ana Margarida Pereira Mestre


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