Gostaria de explorar o som num género de filme específico, o terror.

O plano era focar-me em filmes de terror realizados por mulheres pois interessava-me explorar a ideia de que na maioria dos mais conhecidos filmes de terror o papel da mulher é, bem, gritar, e de como as coisas por vezes se invertem quando a pessoa por trás da produção é uma mulher.

Como menciona o artigo WOMEN IN HORROR na revista Roland, “Pensa Terror. Pensa Homem.” Basicamente as mulheres nos filmes de terror estão a gritar nos braços do namorado, são ou pequenas vítimas muito sexualizadas ou violentas cúmplices novamente muito sexualizadas e em certos casos os filmes chegam a ter uma certa nuance pornográfica. É um género estereotipadamente masculino.

O que não é de admirar porque desde que o cinema descobriu “a mulher a gritar”, ela tem sido explorada até ao limite. Chion chama-lhe “the screaming point” e define-o como algo que jorra da boca de uma mulher, embora nem se quer precise de ser ouvido, e que acontece num determinado momento da acção, numa convergência de enredos ou no final de uma qualquer trajectória para conseguir neste momento o máximo de impacto.

E porque tudo culmina com um grito Chion relaciona-o com o orgasmo feminino, um grito de um homem não teria o mesmo impacto, seria como o Tarzan, um grito de domínio e de virilidade enquanto que o choro de uma mulher é mais humano. O grito de um homem delimita o território, o grito de uma mulher evoca o ilimitado.

Analisando diversos filmes queria tentar descobrir se uma perspectiva feminina sobre um filme de terror vai alterar esse ponto do grito defendido por Chion, ao alterar a personagem e o papel da mulher no filme.

Bibliografia

Chion, Michel – The voice in  cinema

Roland – The ICA’s Magazine Issue 9 February-May 2011-05-02

 


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