Para o trabalho final da disciplina de Som e Imagem, pretendo abordar algumas questões referentes à introdução do som no cinema. Com isto, o título que pretendo utilizar será: “Surgimento do som no cinema: Uma lei de menor esforço? Ou um meio para causar mais impacto no obsevador?”.

Para começar, a introdução do filme nas artes veio a mudar em muito o modo como os artistas abordavam as suas obras. Devido a essa novidade, os artistas já tinham a possibilidade de melhor documentar as suas próprias obras, criar arquivos das mesmas e, igualmente, usar o filme como uma obra de arte. Dito isto, o som veio ainda melhorar o modo como o artista se relaciona com a sua obra.

Com a introdução do som, o artista podia jogar com as convenções comuns à altura, como por exemplo, se no filme víssemos alguém dentro de uma casa já poderíamos ouvir um ambiente diferente, como o som da rua ou de outro compartimento da casa. Isto é, os artistas faziam recurso a vozes acusmáticas e, com este jogo de som ou sons, já poderiam representar situações que o próprio artista achasse que devessem causar mais impacto, de forma a criar no espectador sensações mais fortes.

Tendo isso em conta, não terá o som surgido como um meio a facilitar a leitura das imagens que observávamos, enquanto decorria uma acção? Ou terá surgido como modo de causar sensações mais fortes e acentuar algumas das imagens observadas? A meu ver, ambas estão interligadas e relacionadas com outros factores, como o facto de o som ser usado para chamar a atenção de um grande número de pessoas de modo a tornar a obra num sucesso comercial. É claro que existem muitas excepções. Grande parte dos artistas plásticos não visa a comercialização em massa das suas obras e visam somente a criação de experiências entre som e imagem de modo a mexer com os sentidos de quem observa. Porém, os cineastas já têm em mente a comercialização, logo poucos não pensarão assim e, com surgimento do som no cinema, facilitando a “leitura” das suas obras, foram chamando a atenção do observador e com isso a adesão aos filmes sonoros tornou-se um “vírus”. Não digo também que este tipo de artistas só visem a comercialização, como já disse anteriormente, existem uns quantos que não o fazem. Também existem artistas que querem trabalhar o som de forma mais “abstracta”, jogando com sons e fazendo as suas próprias experiências. Muitos querem realçar algumas cenas de modo a torná-las mais dramáticas e recorrem ao som de modo a criar esse efeito.

O aparecimento do som no cinema facilitou a leitura das imagens e, de certo modo, tornou-nos mais preguiçosos nesse campo, na medida em que poderíamos imaginar a voz ou o som da acção que estava a decorrer perante nós, assim como poderíamos imaginar a o tom do som emitido. Apesar disso, podemos, agora, retirar o som de um filme com a finalidade de tentar criar esse mesmo efeito, mas maior parte das pessoas ignoram essa possibilidade e preferem ter som a acompanhar um filme. Para além dessa facilidade de leitura o som trouxe e aumentou o campo de possibilidades de experiências, como o recurso à voz acusmática e ao “screaming point”, dos quais irei fazer referência no trabalho final, tendo em conta a sua importância no cinema.

 

Referências bibliográficas

 

E. Sergei, P. Vsevolod e A. Grigori (2009) Manifesto Contrapunto Sonoto

Disponível em:
http://elllla.files.wordpress.com/2009/06/manifesto-contrapunto-sonoro.pdf

 

 

C. Michel (…) The voice in the cinema

Disponível em:

http://ml.virose.pt/blogs/si_11/?page_id=2

 

G. João Mário (…)  A Percepção Sonora

Disponível em:

http://ml.virose.pt/blogs/si_11/?page_id=2


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