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O Cinema é o casamento perfeito entre o som e a imagem. Os dois unem-se e fazem com que os nossos sentidos despertem. Muitas vezes não prestamos tanta atenção ao som enquanto vemos um filme, mas este é importantíssimo. Até a sua ausência é importante. O som faz com que nos concentremos na imagem e anula tudo o que está à nossa volta.

Quando penso em cinema e em som e imagem, vem-me logo à memória filmes de terror, suspense e mistério porque nesses filmes o som e a imagem são muito caraterísticos e ambos trabalham para despertar em nós sentimentos como o medo, a desconfiança, a tristeza, etc. Pior ainda é quando esses filmes são baseados em factos verídicos e pensamos que afinal a ficção não fica muito à frente da realidade. Ver um filme de terror, em que já sabemos que esses sentimentos desconfortáveis vão ser despertados, é sempre uma aventura masoquista porque juramos nunca mais ter uma experiência assim, mas pouco tempo depois lá aparece de novo a vontade de ver um filme que nos faz sentir do tamanho de uma formiga e que nos esmaga com o seu espetáculo.

Na minha opinião, as músicas que fazem parte da banda sonora deste género de filmes, são repetitivas, para nos manter focados na imagem; são compostas de sons que não se encontra noutros géneros musicais, porque esses sons lembram gritos ou outras coisas que nos fazem sentir desconfortáveis; têm vários picos ao longo da sua duração que acompanham a imagem e nessas alturas é quando o filme se torna mais assustador; são crescentes, ou seja, começam lentamente mas, ao logo do percurso, o volume vai subindo até que ganha um corpo muito forte no final e os instrumentos parecem descoordenar o nosso batimento cardíaco e o ritmo da nossa respiração.

A imagem não se faz acompanhar só de uma banda sonora arrepiante, mas também de momentos silenciosos em que o suspense espreita e faz apurar todos os nossos sentidos. Passamos a ouvir os sons da nossa casa (caso vejamos o filme em casa) que, antes, não ouvíamos e esses sons tornam-se perturbadores porque o filme parece sair do ecrã e instalar-se no espaço em que nos encontramos. Sons como portas a ranger, madeira a estalar, o frigorífico, a máquina de lavar e outros electrodomésticos a trabalhar, que noutras alturas passam despercebidos, na atmosfera do filme passam a ser pouco amigáveis. A acompanhar a imagem há ainda sons assustadores que nos são familiares como passos, sinos, corvos, vento, portas e portões a ranger, correntes, facas a ser afiadas, cães a ladrar, motores de máquinas, etc, que a compõem; sons arranjados que duram apenas um ou dois segundos e que marcam os picos em que a imagem aparece “sem avisar”; sons que substituem a música em cenas de suspense como a tecla mais aguda do piano a um ritmo crescente.

No campo da imagem, há também características muito evidentes como o sangue, ambientes escuros, casas velhas, florestas, jardins, elevadores espelhos, homens com profissões que envolvem objectos cortantes, espíritos de mulheres ou crianças, seres sobrenaturais e, agora na moda, cenas que parecem ser filmadas com câmaras pessoais, câmaras de vigilância ou webcams.

A imagem e o som são importantes, mas um sem o outro não nos fazem viver a mesma experiência.


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