Na resposta a proposta da disciplina de Som e Imagem tenho com objectivo abordar o Som Acusmático.

 

O Som Acusmático é o som que ouvimos sem que percebamos a fonte de origem, ou seja, algo que ouvimos sem saber de onde provem.

Foi isso que me fez escolher este tema, a ideia de poder trabalhar sobre som da qual se desconhece a origem. No fundo a criação de uma situação de mistério onde nos interrogamos sobre qual será o aspecto da personagem.

No entanto, esta ideia pode, também, ser sugerida pelo som de rádio, disco ou mesmo telefone, onde todos transmitem o som mas não se consegue ver o seu emissor. Estes são mais conhecidos por Media Acusmáticos.

 

Esta ideia pode levar a dois tipos de trajectos.

O Som Acusmático pode ser imediatamente visualizado e depois ser acusmatizado, ou seja, somos confrontados com uma imagem inicial precisa que nos explica a origem daquela fonte sonora, mas que com o desenrolar do filme é retirada. Uma das situações em que é possível verificar esta questão é na cena da campainha do eléctrico presente no filme “Fugiu um condenado à Morte” de Bresson.

 

Por outro lado, o som pode ser inicialmente acusmatizado e depois visualizado pelo espectador, sendo, assim, preservado o mistério até ao limite, ou seja, a fonte sonora é ocultada e só é revelada quando já não é possível resguardá-la.

 

Normalmente estas situações encontram-se presentes nos filmes de mistério e sempre acompanhando o vilão. Odile Latrére detectou que os “vilões” são acompanhados na sua entrada pelo som e só depois do som é que se tornam visíveis. Um dos exemplos é a entrada dos intrusos em a “Violência e Paixão” de Visconti.

 

Em “M” um filme de Fritz Lang, encontramos uma historia de uma assassino de crianças que é procurado tanto pela policia como pela mafia da cidade.

Este filme tem uma relação muito forte entre som e imagem, a sua compreensão torna-se essencial para se perceber o filme.

Logo de inicio vemos um grupo de crianças a cantar, no entanto, há uma transição para um plano onde nos são mostradas as mães a conversar. Apesar de as crianças saíram da imagem percebe-se que estão presentes, pois consegue-se ouvi-las a cantar no átrio. Pode-se ter em conta este exemplo, mas o filme não é marcado apenas por esta cena, mas sim pelo assobio do assassino. Assobio este que é reconhecido por um cego que vende balões e o denuncia. Mais uma vez estamos perante uma fonte sonora que possui uma forte carga de mistério, pois não se sabe quem é o assassino, mas facilmente se constrói a sua ligação ao assobio.

 

Bibliografia

CHION, Michel . “A Audiovisão- Som e imagem no cinema” , Edições Texto e Grafia, 2011

http://www.filmsound.org/chion/acous.htm


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