O caso de estudo que vou abordar é o filme Playtime de Jacques Tati. Sendo ele um filme muito rico tanto em termos visuais como sonoros, achei ser um bom ponto de partida para explorar as questões do som e, posteriormente, relaciona-lo com a imagem e o conceito presente no filme.

Playtime, tempo de divertir, de brincar. Neste filme a personagem principal, como sempre, é o Monsieur Hulot, que aqui, tem de ir a Paris para um encontro importante, acabando por se perder no meio da imensao de escritórios, salas e andares. Esta é uma Paris moderna, com grandes efidicios e tecnologia avançada para a época. No meio da sua procura, Hulot, dá por si numa exposição internacional, onde são apresentadas as mais modernas invenções, onde se encontra um grupo de turistas americanas.

Sempre com o seu jeito cómico, Tati mostra que a tecnologia, apesar de necessária, acaba por ser uma obstrução à vida humana, fazendo com que a sociedade seja cada vez mais mecânica e igual.  Por exemplo, Hulot, ao longo do filme não parece se adaptar muito bem às tecnologias. Um exemplo disso é quando ele quer sair da casa do amigo, mas não consegue abrir a porta por esta ser automática.

Como é característico nos filmes de Tati, M.Hulot, pouco ou nada fala, mostrando mais pelos gestos e pela sua maneira cómica de se comportar. Tanto nele como nas personagens é dada menos importância ao diálogo e mais aos comportamentos. E quando eles existem, o som das vozes é baixo, por vezes até é difícil de distinguir o que dizem, o que causa alguma perturbação.

Tati, utiliza o som para descrever um quotidiano habitado pela tecnologia, desumano até. Um exemplo disso são os sons das cadeiras com os seus “pfff”, sendo este um som animista, como se fosse uma conversa de “pfff”, tal como Michel Chion diz. Ele também nos fala no som de aqui e agora, usado por Tati neste filme, o som que só está presente durante o tempo em que a imagem acontece.

Pretendo também abordar o som acusmático, aqui presente. O som que ouvimos mas não vemos a sua origem. Mas mesmo não estando presente a imagem do respectivo som, é como se a visualizasse-mos , não fazendo diferença ela não estar presente.

No trabalho irei aprofundar estas questões do som, falando posteriormente na imagem, relacionando ambos entre si, e com a história.


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