No final do século XIX, a gravação e reprodução de som tornou-se possível, sucedendo-lhe a capacidade de o manipular. Este feito permitiu dar voz ao cinema até então mudo, infiltrando-se ainda na área da animação. Em 1900 foram projectados publicamente, em Paris, os primeiros filmes acompanhados de som. Contudo, só nos anos 20 se tornou possível a sincronização entre som e imagem.

A primeira animação a conter tais características seria Ko-Ko: Song Car-Tunes. Datada de 1924 trata-se de uma animação com premissa idêntica à do karaoke, sendo também pioneira na indução da participação do público. A ela sucederam My Old Kentucky Home (1926), Dinner Time (1928) e Steamboat Willie (1928), sendo esta última a de maior projecção.

Com o aperfeiçoamento de efeitos de audio novas formas de enriquecimento,  ou ênfase, de determinados aspectos de um filme surgiu. E Ben Burtt é um nome de referência na concepção de som artificial. A sua assinatura está associada a inúmeros e icónicos efeitos sonoros, como por exemplo os que compõem a saga Star Wars. Assim como a saga Indiana Jones, os filmes E.T. – o Extra-Terrestre (1982) e WALL-E (2008).

O meu trabalho passará sobretudo pela análise deste último filme. Uma história à cerca de um carismático robot concebido para limpar o planeta Terra, WALL-E é a única unidade que permanece activa, em funcionamento ainda que sem a presença humana. Cumpre o seu propósito até ao dia em que se apaixona, acabando por alterar não só o seu destino como o de todos o que cruzam o seu caminho.

Um aspecto que procuro desenvolver e que me interessou foi a comunicação quase integral através de linguagem corporal (inspirada nas obras de Keaton e Chaplin pela forma como os personagens exprimem emoções ainda que em silêncio) ou sons robóticos (desenvolvidos, então, por Ben Burtt) que se assemelham a vozes. E ainda perceber de que forma a banda sonora, a cargo de Thomas Newman, ilustra, ou não, as sensações que a animação retrata. Ainda equiparar alguns dos filmes em que se inspira como 2001: A Space Odyssey (1968) e perceber se os personagens em que se inspira de alguma forma se relacionam com os do filme (no caso, Hal 9000 e Auto).

 


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