“Psico” (1960), Alfred Hitchcock

Numa continuação do estudo sobre a cinematografia de Alfred Hitchcock, o objecto a ser analisado para a disciplina de Som e Imagem será “Psico”.

No que é considerado como a sua fase britânica, Hitchcock deixa-nos filmes como “Os 39 Degraus”, 1935, e “O Homem que Sabia Demais”, 1956. Já numa fase americana apresenta-nos “Rebecca”, 1940, e outros clássicos como “A Mulher que viveu duas vezes”, 1958,  ”Intriga Internacional”, 1959, e “Psico”, 1960, deixando assim as imagens do preto e branco para dar lugar ao privilégio da cor.
“Psico” introduz a história de uma secretária, Marion Crain (Janet Leigh), que devido a um desfalque que comete no seu local de emprego foge levando consigo 40 mil dólares. Durante a sua fuga ela depara-se com o Motel Bates onde mais tarde acaba por ser assassinada sendo esfaqueada enquanto toma banho. Esta cena em particular tornou-se numa das cenas mais famosas de toda a história do cinema.
Combinando grandes planos dramáticos dos protagonistas com as suas estranhas, mas no entanto, subtis aparições, Alfred Hitchcock por mais de cinquenta anos revolucionou a história do cinema com um sofisticado e elegante estilo que tanto o caracteriza. A influência que o expressionismo alemão teve nos primeiros filmes que realizou, os temas e fetiches de Hitchcock (como a culpa, a homossexualidade implícita, a figura materna, a identidade, o voyeurismo), a criação do suspense e a representação da mulher vertiginosa (encarnada por protagonistas), foram factores que distinguiram os seus filmes dos outros filmes de suspense. Tanto que a partir de meados de 1930 aparece o termo “hitchcockiano” no vocabulário comum.

Era de grande importância para Hitchcock a distinção entre a surpresa e o suspense. Este explica que, “na forma vulgar do suspense, é indispensável que o público esteja perfeitamente informado de todos os elementos em causa, ou seja, a principal diferença em relação à surpresa é que o público sabe algo que as personagens desconhecem”
Com uma certa dose de ironia e um pouco do humor negro britânico, um peculiar gênero de humor, Alfred Hitchcock deixou ao mundo do som e da imagem um inevitavelmente, inconfundivel e genial marco que continua a inspirar pessoas por todo o mundo tanto a nível emocional, psicológico e artístico.
Revelando-se como uma obra extremamente rica na dicotomia e diálogo entre o som e a imagem, em “Psico” o mote de estudo será a análise deste filme tendo como base os temas abordados e explicados nas aulas.

Bibliografia inicial:
-CHION, Michel: “La audiovisión : introducción a un analisis conjunto de la imagen y el sonido”, Paidós, Barcelona, 1993
-BENJAMIN, Walter: “Sobre a Arte, Técnica, Linguagem e Política”, Relógio d’Água, Lisboa, 1992.
-SADOUL, Georges: “História do cinema mundial, das origens aos nossos dias”, Livros Horizonte (5ªedição, revista e aumentada)


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