Partindo de temas abordados nas aulas, no trabalho final da disciplina pretendo abordar algumas questões relacionadas com a ligação empática entre som e imagem.  Exemplificarei alguns artistas que partindo de áreas de trabalho diferentes, nas suas obras sublinham esta ligação.

A minha ideia principal é destacar como som e imagem se combinam de diferentes maneiras para enriquecer-se mutuamente e destacar-se em áreas como o cinema, a música, e outros média. Em alguns casos um dos elementos prevalece sobre o outro, em outros casos, ambos partilham o rolo principal. Em todos os casos o som acrescenta valor a imagem, e também a imagem acrescenta valor ao som.

A nossa percepção está ligada principalmente a dois sentidos: ver e ouvir. Já se ouviu dizer que nosso individuo contemporâneo é um olho e um ouvido. Algumas vez imaginamos que aconteceria se tivéssemos que rescindir de um destes sentidos?

Artistas contemporâneas como John Cage desafiaram os limites destas ligações. Obras como “William´s Mix (1952)” e “Fontana Mix (1958)” são a predefinição visual de um resultado sonoro, uma proposta que contraria a forma habitual de abordar uma obra. John Cage também é autor de outras controvérsias como a sua famosa afirmação “There is no such thing as an empty space or an empty time. There is always something to see, something to hear. In fact, try as we may to make a silence, we cannot.” (Cage, 1939).

Estas afirmações fazem-nos reflectir sobre esta ligação permanente e necessária entre a presença e ausência, o som e o silêncio, a imagem e a ausência da mesma. Relacionamos as imagens aos sons e os sons às imagens permanente e inconscientemente mas não nos apercebemos das diferentes combinações e referentes que existem para que liguemos estes dois elementos duma maneira ou de outra.

Sasha Sosno, pintor e escultor francês utiliza nas suas obras o que ele chama “Le art des oblitérations”. Um recurso contraditório e efectivo. Num intento de explicar a sua obra utiliza a frase “cacher pour mieux voir”. Uma ideia que se relaciona com a questão em debate. Muitas vezes no cinema e em outras obras audio-visuais o som desaparece de cena para enfatizar o que a imagem quer comunicar-nos.

Nas aulas da disciplina falou-se sobre as dimensões do som no cinema: dimensão espacial, temporal, diegética ou não diegética. Neste trabalho tentarei exemplificar alguns momentos do cinema onde aparecem claras este tipo de dimensões, continuando com a ideia de que a ausência ou presencia de som na obra melhora e enriquece a comunicação com o espectador.

Bibliografia:

Cage, J: Silence. Lectures and Writings by John Cage. Wesleyan University Press, Middletown, USA, 1939. pag.8
Sacha SOSNO – L’art de l’oblitération. Disponível em: www.sosno.com


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