Interessa-me, em som e imagem, pensar sobre a relação directa que fazemos com o som e a imagem, mais concretamente a sinestisa num âmbito cinemático. Sinestesia vem do grego “sunaísthesis” que tem como significado percepção simultânea. Desde que o cinema se tornou falado, ou seja, desde que este passou a ter som gravado e reproduzido em simultâneo com a imagem correspondente, que a experiência sinestética de som e imagem se acentuou em nós, e posso arriscar em dizer que passou a ser mais formatada. É certo de que quando observamos um copo de vidro a cair que esperamos ouvir o som de virdro a quebrar contra o chão e a espalhar-se, isto porque a nossa experiência de vida, as nossa memórias, os dados de som em relação a determinada imagem que adquirimos perante um acontecimento semelhante, e por isso esperamos ouvir determinado som quando vemos determinada imagem acontecer.
O cinema está cheio destes cliches e muitos deles são errados, mas aceitamo-os como verdadeiros, isto porque a maior parte desses falsos cliches nunca foram experienciados por nós, como o caso do silenciador de uma arma de fogo. No cimena uma arma de fogo com o silenciador tem um som bastante abafado e muito suave, um so que provavelmente não ouviriamos a uma distância de 10 metros. Na verdade um silenciador não tem tal efeito perante o disparo de uma arma de fogo, a redução do som explosivo do disparo é na verdade pouco significativa. Este exemplo serve apenas para apontar a um aspecto da sinestesia no âmbito cinemático, o poder que o cinema tem sobre a nossa concepção de imagens e sonsatravés da na manipulação sonora. É através deste poder que quero invetigar a sinestesia cinemática e videográfica. O poder do som que cria imagens e da imagem que cria sons. Explorando com exercícios, como a redefinição de sons num vídeo. E na criação de vídeo e som correspondentes e não correspondente. Espera-se com estas experiências, num primeiro momento criarmos uma imagem sobre um som, de seguida contextualizá-lo numa imagem e depois pôr em causa essa sinestesia, percepção simultânea, que o som e a imagem partilham, após nos ser dado referências iamgéticas ou sonoras que nos façam remeter a tais associações. Este exercício pode pôr em causa o cariz de um video, de um filme, através da alteração de um pormenor sonoro de um filme ou vídeo, toda ação pode passar de um cariz sério para cómico e virse versa.
Videografia
https://www.youtube.com/watch?v=r9TfRFnSs9o
The Umbilical Brothers: Speed Mouse
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