Exame de Recurso
O exame de recurso está marcado para dia 2 de Julho, às 14 horas.
A prova não é de consulta e terá uma estrutura similar à de anos anteriores.
Duração da prova: 120 minutos (+ 30 minutos de tolerância)
Três questões de desenvolvimento versando directamente a matéria abordada, incluindo a análise de casos de estudo visionados em aula.
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Questão 1: 6 valores
Escolha entre uma de duas perguntas de desenvolvimento (tópicos: audio-visão, cinema, vídeo, sound art, artes plásticas)
Questão 2: 6 valores
Análise e comentário a um caso de estudo a ser visionado durante a prova.
Questão 3: 8 valores
Questão de desenvolvimento (1 a 2 páginas).
Mostra de Coisas , Prolonga-se para amanhã!
Primeiras e Ultimas 48horas…disse a Raquel
(Campo 24 de Agosto, nº 24, 3ºDto)
A Figura Sonora
Oskar Fischinger é um animador – alemão, americano abstrato, cineasta e pintor. Investigou ao longo da sua carreira a animação na criação de um cinema onde formas e música dialogassem ou recriassem novas abstrações. Desenvolveu um grande fascínio pelo que é geométrico tal como é possível observar nas suas obras.
Oskar contribuiu com diversos dispositivos e invenções técnicas que permitiram o desenvolvimento da sociedade.
Animação: significa “dar vida”. Está comprometida na norma de “dar vida” aos símbolos visuais de uma linguagem narrativa cujo princípio da existência está na própria ideia de movimento: o cinema. Oskar, no vídeo “An Optical Poem”, acaba por dar vida à imagem e ás formas geométricas que estão presentes no decorrer do vídeo dando-lhes movimento através de uma pauta sonora, Franz Liszt – Hungarian Rhapsody No.2 (Orchestra version).
O vídeo An Optical Poem foi realizado num método básico: as formas geométricas eram recortes de papel presos por um fio invisível, e posteriormente sincronizado com a música. As figuras geometrias dão nos uma noção de espaço devido ao aproximar da tela e ao afastar-se desta, ou seja há uma bidimensionalidade nas formas geométricas, no entanto quer-nos transmitir a noção de tridimensionalidade. O som está sincronizado com as imagens, como se fosse a reprodução de uma pauta musical mas os símbolos que traduzem esta pauta são figuras geométricas, isto mostra-nos que não há uma relação direta entre o som e imagem no entanto estão sincronizados. O processo deste vídeo é em stop motion, tornando-o interessante pelo movimento de imagens sincronizadas com o som.
O vídeo de Robert Breer “70″, realizado também em stop motion, contém formas geométricas, entre outras formas também em movimento, à semelhança do vídeo de Oskar Fischinger. No entanto o vídeo de Robert remete-nos para a ideia de flip book. Os flip books são objectos que contêm imagens em movimento e acaba por funcionar como o stop motion. É interessante que o flip book apesar de não conter um som em concreto, o próprio som do folhear das folhas marcam a existência de um som e do próprio movimento das imagens.
Pretendo explorar o campo do stop motion e do flip book no mundo das formas animadas.
H O T A L – Mónica Baptista: Visita guiada
A NÃO PERDER!
Guided Visit with the artist/Visita guiada com a artista à exposição de Mónica Baptista na Casa da Imagem.
H O T A L – Mónica Baptista
Sexta-feira, 17 de Maio, Friday, May 17
Encontro às 10.15 na Casa da Imagem / gathering: Casa da Imagem at 10.15
Metro: Linha Amarela/yellow line – Santo Ovídeo
Directions: http://casa.fmleao.pt/contactos
Leituras para a próxima aula (13.05)
Leituras para a próxima aula (ver na lista de textos):
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Labelle Brandon;Background Noise: Perspectives on Sound Art, Continuum, 2006
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LICHT, Alan, Sound Art: Beyond Music, Between Categories, New York, Rizzoli, 2007
(a título de introdução, o primeiro capítulo do livro, intitulado justamente “What is Sound Art?”)
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ALMEIDA, Ana Paula (2007), O universo dos sons nas artes plásticas. Lisboa, Edições Colibri, pp. 27- 49
I- A crise metafísica do som. II- O ruído das vanguardas (o caso futurista): A génese de uma nova percepção
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Ver também:
KAHN, Douglas, Noise, Water, Meat, A History of Sound in the Arts, Cambridge (Mass.), MIT Press, 1999
“Yume”, Akiro Kurosawa
Para o trabalho de som e imagem escolhi fazer uma análise do filme do realizador japonês Akiro Korusawa, “Yume”. O filme retrata os diferentes estágios de vida do autor, através da recriação de 8 sonhos reais transpostos para a película.
As personagens simbolizam o alter-ego do autor, e se quisermos do observador, através da visualização do mesmo, somos encaminhados a experimentar visualmente os diferentes estágios retratados.
Em “Yume” tanto o som como a imagem são terrenos explorados no campo do onírico, onde a relação entre o real e o filmado são explorados como se estivéssemos a ler um livro de contos ou a assistir a uma exposição de pintura. A propósito podemos visualizar no capitulo “crows”, a personagem principal assistindo a uma exposição de Van Gogh onde ela mesma se transporta para o mundo intelectual do pintor através dos seus quadros, dando-se neste caso não um filme dentro de um filme mas um sonho dentro de um sonho.
É também este, o único capítulo onde a linguagem falada é a linguagem universal.
A comparação da exploração imagética criada pelo autor e o expressionismo da pintura de Van Gogh permite-nos uma compreensão da profundidade discursiva que o autor transmite do Homem com a natureza, e da sua importância.
Todo o filme é um trabalho sobre o valor acrescentado do som-imagem com pequenas intervenções da linguagem falada, que aparece apenas ocasionalmente. O filme permite assim uma observação da profundidade imagética do realizador em cada estágio demonstrado e pela subtileza da importância do discurso. Como num sonho, conseguimos submergir em “Yume” (sonho) como se nós mesmos estivéssemos a sonhar.
https://www.youtube.com/watch?v=Gk2116ieJ-g
Filmografia:
-”Yume”, Akiro Kurosawa;
-”A.K.”(1985), Chris MArker;
Bibliografia:
-Audiovisão, Michel Chion
CINEMAS 3 > VER CINEMA E FALAR
é já na segunda-feira!
CINEMAS 3 > VER CINEMA E FALAR
Café Ceuta, dia 29 de Abril às 21.30h
Por todos os milénios se há-de ouvir
Hei-de deixar ao mundo uma obra de tal valor que há-de existir permanente no tempo.
Já pensei muito no assunto e já tomei as decisões necessárias. Estou muito perto de a acabar.
Primeiro julguei, ingenuamente, que a imagem seria mais intemporal e, por isso, mais eficaz. Mas rapidamente deduzi que, com os seus significados simbólicos tão próprios da época em que foi produzida, a imagem poderia facilmente ser mal interpretada. A imagem tem sempre uma dose de simplicidade que não me convinha neste projecto do absoluto.
O que quero é congelar um acontecimento, um momento histórico e sobre-humano, divino até, uma experiência dos limites da emoção, da destruição da racionalidade. A experiência do sublime hegeliano, na qual o reles mas sábio homem jubila perante visões apocalípticas.
Que melhor meio há para fazer isto tudo do que a música? A testemunha pode ser levada a percorrer um caminho ora de doces e românticas passagens, ora de avassaladores ribombares, num permanente nascer, viver, na maior tragédia e felicidade, e morrer, ora atravessado freneticamente por gigantes e estridentes massas sonoras, ora por abandono voluntário, ou por sacrifício moral e ritual, nas obscuros e densos acordes de mil sons.
Para que tudo isto resulte, é necessário que a obra seja sinfónica, e que se componha por tantos e tantos músicos que eles percam a sua qualidade de humanos, muitos mais dos mil que constituem a sinfonia de Mahler. Estes têm de estar dispostos de tal modo que não sejam vistos e rodeiem por todos os lados os ouvintes. Esta obra dispensa e impossibilita a existência de um maestro, essa pretensiosa figura do controle. Nesta sinfonia não pode haver instrumentos solistas, nem cantores solistas, nem nada que revele qualquer individualidade por parte dos executantes. Se fosse possível, esses executantes não existiriam, mas a música tem a inegável limitação de ser feita por homens.
A sinfonia não permite qualquer tipo de improviso, o seu desenvolvimento está minuciosamente estipulado, e não pode ser alterado. Os músicos não podem levar partituras para a actuação, que deve ser previamente estudada, mas nunca tocada.
Todas as partituras devem ser destruídas no fim do acontecimento, para evitar que se estude aquilo que é incompreensível como escrita, e para que não se estabeleçam relações racionais e simbólicas forçadas que não seriam mais do que coincidências. É importantíssimo que a experiência não seja maculado por camadas que lhe sejam posteriormente acrescentadas, e que, de cada vez que a sinfonia é tocada, ninguém tenha a mais pequena ideia da natureza daquilo de vai experimentar. Apenas um exemplar, uma cópia, é poupado e mantido em segurança até que à próxima actuação.
E eu, o homem criador, hei-de ser esquecido, porque nenhum homem poderá imaginar que foi outro que produziu a mais total das obras de arte, ou seja, das verdades. Mas, não sendo homem, serei herói ou até deus, venerado por todos. No fim, eu vou ser a minha própria obra.
Bibliografia
Dahlhaus, Carl: “The Idea of absolute music”
Nietzsche, Friedrich: “Heritage of our times”
Bloch, Ernst: “The spirit of utopia”
Adorno, Theodor W.: “Philosophy of New Music”
Tolstoi, Leo: “Guerra e Paz”
Marx, Karl: “The Eighteenth Brumaire of Louis Napoleon”
Korstvedt, Benjamin M.: “Listening fot utopia in Ernst Bloch’s Musical Phylosophy”
Rascunho – Mariana Souza
Biophilia
Tendo recebido a tarefa de dissertar sobre a relação entre o som e imagens, ao me encontrar diante da performace ao vivo da artista pop Bjork, percebi o quão visual é sua produção musical e como a performace a completa. Assim, pretendo discutir sobre a expressão visual do som, bem como seus diversos meios (video, fotografia, ilustração, performaces e instalações), e como estes complementam a construção de sua identidade, enquanto constante na produção musical mainstream do século XXI. Utilizando a produção de Bjork em seu ultimo album Biophilia como exemplo para estudar a forma como se compõe a imagem do som na contemporaneidade e a influência da mesma sobre a percepção da música.
Link para o trabalho em construção e as palavras que restam: Google Drive
Draft Ana Lopes
A componente sonora no cinema/vídeo é normalmente conduzida em função da imagem. A sonorização pretende criar um tipo de ligação com as cenas e acaba por influenciar a forma como interpretamos as acções, sem que nos apercebamos de como somos conduzidos. Penso que ao analisar o discurso sonoro como forma de expressão, impõe-se sobre ele, uma perspectiva não orientada por processos ou técnicas, mas uma análise da mensagem que pretende ser transmitida.
Para a realização desta proposta de trabalho pretendo incidir na relação entre o som e imagem a partir do filme “Mulholland Drive”, de David Lynch, de 2001. Pretendendo então abordar algumas especificações dos elementos sonoros, olhando para a relação temporal entre o som diegético ou não diegético com a imagem. Pretendo também estudar a questão do Som Presente, que corresponde ao universo diegético, ou Ausente; sendo que estes sons podem ocorrer dentro ou fora de campo. Também o conceito de Som Interno que Michel Chion desenvolve, propondo que este pode ser Objectivo ou Subjectivo. Explorar a “imposição” do ambiente, notando que um efeito sonoro é muitas vezes suficiente para criar a sensação da visualidade/de um ambiente. Interessa-me também analisar no filme as personagens que surgem, por vezes, parcialmente “acusmatizadas”, isto é, conseguimos visualizar as personagens mas apenas parcialmente, não conseguindo ver verdadeira ou claramente o seu rosto, no entanto também não está tapado ou escondido.
A criação do diálogo ou efeitos sonoros no cinema ou vídeo tem o objectivo de proporcionar uma experiência auditiva ao espectador, de forma a que este se envolva para além do conteúdo da narrativa. Este envolvimento na experiência auditiva reflecte-se num aspecto interessante que é a capacidade que temos ao conseguirmos focar um determinado som e percepcioná-lo com mais clareza do que todo o restante som presente num ambiente mais ou menos ruidoso, apesar de ele ter na realidade ou aparentemente o mesmo volume.
Bibliografia
Chion, Michel (1990), Audio-vision, Paris, Éditions Nathan (trad. e edi. ingl. de Claudia Gorbman, Audio-vision: sound on screen, New York: Columbia University Press, 1994).“THE THREE LISTENING MODES” (Chapter II)
ALMEIDA, Ana Paula (2007), O universo dos sons nas artes plásticas.