Destacando alguns pontos importantes sobre aquilo que é a relação da Imagem e Som no cinema moderno, mais propriamente o cinema de TATI, e contando com alguns problemas que surgiram na época com o deslumbramento do Som, a novidade e a expansão do cinema sonoro, sendo ele muitas vezes superior á imagem apresentada.
Falando de algumas aporias do cinema moderno, que por um lado, teve a necessidade de se destacar e opor ao cinema “mudo”, como fase de transformação de mentalidades e de novas visões. Neste caso, o cinema de TATI apresenta o grito da cidade moderna, que numa fase inicial apresenta o lado diarístico das personagens em movimento numa cidade frenética. Relacionando o início da cidade moderna apresentado no filme com a cidade do século XXI, difícil seria dizer que o lado” stressante” das personagens que se deslocam em sentidos diferentes, é de alguma maneira parecido com os dias de hoje, a necessidade de Tati transmitir a ideia de cidade cosmopolita, que de uma certa forma é também apresentada por Charles Baudelaire no livro “ O Pintor na vida Moderna”.
Por um lado, o estilo de TATI num filme tipicamente sonoro, em que as personagens por vezes um pouco neuróticas, isto é na tentativa de compreensão e exploração dos objectos que lhes rodeiam são analisados até aos seus limites, o exemplo da cadeira numa sala de espera do aeroporto que por momentos parece comunicar e mesmo estar presente como se fosse uma “supra- personagem”, o próprio barulho do material por vezes onomatopaico construindo um diálogo entre os objectos e as personagens. Por um lado já que falei de umas características do cinema de TATI, posso realçar o facto de o realizador excluir a ideia vococêntrica do cinema “habitual”, tentando não realçar o género de cinema falado, mas sim numa fase primeira (nas primeiras sequências) um tipo de arquitectura (moderna), Aeroporto de Paris, numa cidade (Paris) que ainda não existe à época. Produção de espaços que conseguem uma certa impessoalidade ao optar por planos mais abertos, que para além da imagem transmitida, traduz uma maior possibilidade para uma exploração de tempo, na primeira cena salvo erro, mostra um plano picado demorado com a expectativa de mostrar o tempo aliado sempre com os sons que as personagens produziam; Sr Hulot quando aguardava num corredor do Aeroporto de Paris, a chegada de um funcionário, que não salientando o caracter da personagem, mas sim o som produzido pelo os seus sapatos em contacto com o chão.
Gostaria ainda de falar, sobre a imagem – estereotipo de cidade moderna, o plano ao qual TATI nos mostra uma multidão de carros e máquinas presas no transito numa rotunda, no sentido em que a musica neste caso projectada num fora de campo, não diegética, transmite-nos para um parque de diversões – o conhecido carrossel giratório – que de alguma maneira mostra -nos o lado irónico da máquina.

Álvaro Gil Freixo Silva

Nota: Maioritariamente apontamentos tirados das aulas de Imagem e Som, não quero ainda referir bibliografia devido a um primeiro draft…

 

 


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