Jacques TATI PlayTime

Destacando alguns pontos importantes sobre aquilo que é a relação da Imagem e Som no cinema moderno, mais propriamente o cinema de TATI, e contando com alguns problemas que surgiram na época com o deslumbramento do Som, a novidade e a expansão do cinema sonoro, sendo ele muitas vezes superior á imagem apresentada.
Falando de algumas aporias do cinema moderno, que por um lado, teve a necessidade de se destacar e opor ao cinema “mudo”, como fase de transformação de mentalidades e de novas visões. Neste caso, o cinema de TATI apresenta o grito da cidade moderna, que numa fase inicial apresenta o lado diarístico das personagens em movimento numa cidade frenética. Relacionando o início da cidade moderna apresentado no filme com a cidade do século XXI, difícil seria dizer que o lado” stressante” das personagens que se deslocam em sentidos diferentes, é de alguma maneira parecido com os dias de hoje, a necessidade de Tati transmitir a ideia de cidade cosmopolita, que de uma certa forma é também apresentada por Charles Baudelaire no livro “ O Pintor na vida Moderna”.
Por um lado, o estilo de TATI num filme tipicamente sonoro, em que as personagens por vezes um pouco neuróticas, isto é na tentativa de compreensão e exploração dos objectos que lhes rodeiam são analisados até aos seus limites, o exemplo da cadeira numa sala de espera do aeroporto que por momentos parece comunicar e mesmo estar presente como se fosse uma “supra- personagem”, o próprio barulho do material por vezes onomatopaico construindo um diálogo entre os objectos e as personagens. Por um lado já que falei de umas características do cinema de TATI, posso realçar o facto de o realizador excluir a ideia vococêntrica do cinema “habitual”, tentando não realçar o género de cinema falado, mas sim numa fase primeira (nas primeiras sequências) um tipo de arquitectura (moderna), Aeroporto de Paris, numa cidade (Paris) que ainda não existe à época. Produção de espaços que conseguem uma certa impessoalidade ao optar por planos mais abertos, que para além da imagem transmitida, traduz uma maior possibilidade para uma exploração de tempo, na primeira cena salvo erro, mostra um plano picado demorado com a expectativa de mostrar o tempo aliado sempre com os sons que as personagens produziam; Sr Hulot quando aguardava num corredor do Aeroporto de Paris, a chegada de um funcionário, que não salientando o caracter da personagem, mas sim o som produzido pelo os seus sapatos em contacto com o chão.
Gostaria ainda de falar, sobre a imagem – estereotipo de cidade moderna, o plano ao qual TATI nos mostra uma multidão de carros e máquinas presas no transito numa rotunda, no sentido em que a musica neste caso projectada num fora de campo, não diegética, transmite-nos para um parque de diversões – o conhecido carrossel giratório – que de alguma maneira mostra -nos o lado irónico da máquina.

Álvaro Gil Freixo Silva

Nota: Maioritariamente apontamentos tirados das aulas de Imagem e Som, não quero ainda referir bibliografia devido a um primeiro draft…

 

 

Draft: A plasticidade da música na obra de Wassily Kandinsky

Neste trabalho pretendo abordar a importância que o som (a música especificamente) teve para o desenvolvimento da linguagem abstrata. A proposta visa uma contextualização histórica, social e cultural das primeiras décadas do século XX, a importância da Música para o Expressionismo de Wassily Kandinsky e a sua contribuição para o desenvolvimento da linguagem abstrata, utilizando como objecto de estudo a sua série de obras intituladas Composição.

No início do século XX surgiram diversas vanguardas, descendentes dos movimentos Impressionistas, Neo-Impressionistas e Pós-impressionistas, que partilhavam o ideal de ruptura de conceitos e valores estéticos do passado. As vanguardas tinham como tema a radical originalidade e como regra a ruptura. Privilegiando uma via de experimentalismo, os artistas da vanguarda tiveram um estímulo provocado pela autonomia da sociedade e pelas evoluções e marcos históricos da época. A Primeira Guerra Mundial foi o acontecimento mais significativo deste período, contudo outros acabaram por ser igualmente importantes, tais como as descobertas na área da ciência e as evoluções na área dos transportes; na área da tecnologia e da comunicação: o telefone, o rádio, a televisão, o cinema e a imprensa foram cruciais nesta viragem quer para a sociedade, quer para os artistas que acompanhavam estas inovações; culturalmente surge a música jazz e uma série de movimentos artísticos e literários que vieram revolucionar a arte do século XX.

Durante as três primeiras décadas do século, na Alemanha, surgem ideias de ruptura que se caracterizavam por uma pintura mais intensa, por vezes dramática, emocional e sensacional. Mais do que representar o mundo exterior, a pintura devia expressar os sentimentos mais profundos, através de cores intensas, formas violentas, pinceladas bruscas, enchendo a pintura de energia, vida e expressão. O Expressionismo começava, então, a tornar-se uma interpretação da relação do homem com o mundo, onde o artista a torna expressiva, sensível e comunicativa. Wassily Kandinsky é um dos pioneiros deste movimento, também marcado pela consciência da situação sócio-política e pela perda de valores. Assim, procurou na sua obra a recuperação das necessidades interiores do artista. Direcionado a uma arte não-figurativa, pintou as primeiras obras abstractas, atribuindo significado aos elementos gráficos da expressão plástica e organizando as suas composições através de analogias com a música. Na verdade, Kandinsky acreditava que a música era o único meio capaz de alcançar o espiritual do indivíduo, considerava-a a pura abstração. Desta forma, organizava as suas composições como se fossem peças musicais, utilizando elementos e cores que se aproximam às características da música.

A música serviu de inspiração para os artistas abstratos, isto porque os compositores musicais conseguiam transportar os seus ouvintes para outros mundos sem necessitarem de uma representação visual do real. O pintor teve fortes ligações com esta área: assistia regularmente a óperas, era amigo do compositor austríaco Arnold Schonberg, músico expressionista. Da mesma forma que Schonberg conseguiu fazer com que os sons permanecessem dissonantes rejeitando as estruturas convencionais que davam um significado à composição, Kandinsky o fez na sua arte. Ao ver a abstração natural da música, o pintor russo tomou consciência que a pintura também o podia ser, conseguindo desta forma atingir diretamente o espiritual mais intimo do observador – como é exemplo a sua série de obras intituladas Composição.

Pintados entre as décadas de 10 e de 30, Kandinsky elaborou 10 quadros de grandes dimensões, onde explorava os novos conceitos da arte abstrata e onde se pode encontrar uma forte ligação com a música. De facto, encontra-se este paralelismo quando pensamos nas suas obras como sendo energeticamente criativas, caracterizadas por uma narrativa fugaz e flutuante, envoltas num caos de cor e formas. As figuras indefinidas expressam várias mensagens que procuram encontrar o um novo fôlego ao espiritual, não apenas na arte, mas também na vida. Por exemplo, o amarelo-escuro traduz uma grande conotação musical, o rosa associa-se à voz de soprano, as formas aproximam-se a instrumentos musicais. As composições são feitas do interior para o exterior, concentrando os elementos cruciais que o artista pretendeu pintar no centro de cada pintura, explodindo naturalmente por toda a obra. Ritmo, espontaneidade e dinamismo são palavras de ordem, e assim representava a sua obra – de certo modo, podemos considerar que a própria composição musical tem igualmente estas como característica.

Wassily Kandinsky viu na música a chave que a arte necessitava para responder às necessidades que acreditava faltar à sociedade. Para o efeito, a sua obra indica uma relação muito próxima da Imagem e do Som, podendo considerar que o pintor procurou atribuir à pintura e à cor a plasticidade que encontrava na música e no som.

 

Bibliografia:

Vários, Arte – Grande Enciclopédia, Livraria Civilização Editora, 2009.

KANDINSKY, Wassily, Do Espiritual na Arte, Publicações D. Quixote, 1912.

NUNES, Paulo Simões, História da Cultura e das Artes – 11º ano, Lisboa Editora, 2010.

Internet:

www.arte.com.pt

 

João Santos, lap09053

DRAFT

Para a realização deste trabalho escrito decidi debruçar-me sobre o assunto da chegada da Fita Audio ao cinema, e para tal focar-me no cinema de Tati, principalmente no filme “Les Vacances de Monsieur Hulot”, de 1953.

Apesar da tecnologia sonora ter aparecido décadas antes a este filme, esta focou-se em aproveitá-la de maneira que antes não era possível, colocar voz nas imagens, o que fazia também com que os planos fossem mais longos e menos dinâmicos porque perder-se-ia certo encadeamento. Isto levou a que se regredisse na evolução que a montagem havia tido no cinema “mudo”.

Tati recusa a ideia vococêntrica do cinema, por isso o som nos seus filmes não servem apenas para ilustrar o que já é visual, mas abrangem outro campo de importância. Tati como perfeccionista obsessivo como tudo o que o rodeia notou o que sempre esteve lá.

O som diz-nos sobre os objectos ou personagens que nem sempre se vê na imagem.

O som de um filme é o resultado da mistura de três fitas diferentes: diálogos, sons e música. Diálogos quase sempre inarticulados que não são usados para transmitir informação mas para se dissolverem no ruído de fundo, ruído que é representativo dos objectos do cenário, e música que por vezes é identificativa de determinado personagem que vai entrar em cena. Trata-se da questão da espacialidade, onde há um eco, todo o ambiente envolvente é refractado para a cena, são-nos trazidos de fora do enquadramento como para não nos esquecer-mos da sua existência (as crianças a brincarem na praia serem ouvidas dentro do hotel). Tati muitas vezes não nos dá todas as informações, o que não é mostrado (o fora de campo) ou não imagético é contada assim pelo espectador. Algumas piadas funcionam em repetição como, bem como ruído visual (a porta da sala de jantar do hotel, por exemplo).

Podemos perceber que o som do cinema de Tati tem “vida própria”, porque o campo visual de um filme é cingido ao enquadramento da lente, mas o sonoro abrange planos que estão para além do visível.

Não querendo descuidar o visual de Tati, deve também ser lembrado que o que este representa é também algo “sonoro” porque contém muitas características do cinema “mudo”, era um cinema que à falta de representação auditiva do filme suportava características visuais que nos faziam ver os sons ou o cuidado com os planos (irmãos Lumiere e a filmagem do comboio que saía da tela e aterrorizava a plateia). Os filmes de Tati são caracteristicamente comédias físicas, às vezes ao que se assemelhava às comédias silenciosas da década de 1920.

 

Bibliografia:

JULLIER, Laurent, El sonido en el cine, Barcelona, Editorial Paidós, 2007 (Le son au cinéma, Paris, Cahiers du cinéma, 2006).

“6ª Lição – A percepção sonora”, de João Mário Grilo, in As lições do cinema: Manual de filmologia, Lisboa, Edições Colibri, 2007, pp. 41-46.

Chion, Michel (1990), Audio-vision, Paris, Éditions Nathan (trad. e edi. ingl. de Claudia Gorbman, Audio-vision: sound on screen, New York: Columbia University Press, 1994).

 

Ana Alícia S. Moreira – LAP09041

Draft de Hit Sounds

HIT SOUNDS

Neste trabalho pretendo debruçar-me sobre a utilização do som nos filmes de Alfred Hitchcock e a utilização do som ao longo dos anos, em parceria com a narrativa, que se foi tornando cada vez mais importante. O desenvolvimento do aparelho auditivo é notório pela adaptação ao longo dos tempos, desde a sua primeira utilização através de bandas em uníssono com o filme, ao Vitaphone, até ao aparecimento do digital que veio abrir portas para a utilização do som. Esta actualização pertinente e progressiva fez com que hoje em dia se tenha tornado um elemento indispensável para qualquer filme que deseje ter êxito. O seu modo de utilização varia de realizador para realizador, de filme para filme. Temos como dois exemplos opostos o caso de João César Monteiro com o seu filme Branca de Neve, onde é apresentada a total ausência de imagem sendo todo a acção narrada, e Spielberg com o seu filme Shark onde este realizador constrói o suspense através do som e da música. Já Alfred Hitchcock trabalha o som de uma maneira diferente. Este realizador trata o som como um elemento aditivo. Pretende que toda a narrativa se apresente através da acção e das personagens, utilizando o som apenas para enfatizar ou evidenciar a acção. Temos como exemplo o seu filme Vertigo, onde a personagem está a subir a torre e, ao olhar para baixo, vê-se mais longe do chão do que a realidade devido às suas vertigens. Nesta cena, o realizador evidencia esse efeito de altura através da imagem, aprofundando o plano e utiliza o som para enfatizar o medo, numa tentativa de integrar o espectador no filme. Através da análise de vários filmes de Alfred Hitchcock pretendo demonstrar a forma como este realizador, em oposto a muitos outros, utiliza o som. Partindo deste realizador como base de referência, o propósito será analisar a contribuição plástica do som na narração e promoção de emoções. Irei também abordar a obra de outros realizadores, tendo em conta abordagens semelhantes e diversas, ou mesmo opostas, tendo em conta esta problemática inerente à acção através de objectos sonoros.

Esta primeira abordagem teve como objecto de análise e pesquisa a seguinte bibliografia:

GRILO, João Mário. “As lições do Cinema. Manual de Filmologia”. Lisboa: Edições Colibri, 2007.

JULLIER, Laurent. “El sonido en el cine”. Barcelona: Editorial Paidós, 2007

Ana Raquel Cosme Costeira, lap 06015.

Word of Mouth: Susana Chiocca

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Ciclo Word of Mouth
Performance e conversa com Susana Chiocca
Quinta-feira, dia 26 de Abril às 10h30, na Aula Magna da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
Organização:
i2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade – Núcleo de Arte e Intermedia
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Susana Chiocca
Nasceu em Lisboa em 1974.
Vive e trabalha no Porto desde 2006.
Licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em 1999. Obtêm o D.E.A. em 2007 no doutoramento de Arte Contemporânea pela Facultad de Bellas Artes de Cuenca (Universidad Castilla-La Mancha).
Organizou algumas exposições e eventos. Tem participado em diversas exposições, eventos e workshops.
Enquanto artista tem deambulado por vários campos, uns mais agrestes que outros, sejam o desenho, a instalação, o vídeo, o som, a fotografia, a performance. Desenvolve desde 2005 trabalho em torno do texto e da palavra em projectos individuais e com o grupo de música e performance Balla Prop.
Procura imprimir e relacionar os vários acontecimentos/trabalhos, sendo fortemente influenciada pelo momento. Desde 1997 fabrica em torno de conceitos e derivados como o de ligamento/ponte/conexão/alteridade/ impressão, absorvendo a partir do outro e ao outro devolvendo.
http://susanachiocca.blogspot.com/

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Performance
dizê-lo seria demasiado fácil
(ano de concepção 2009)
uma caixa de sapatos
uma baqueta
uma acção repetida
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cartaz susana chiocca

double turntable

http://www.cabinetmagazine.org/issues/35/thompson.php

 

Issue 35 Dust Fall 2009

Remix Redux

Emily Thompson

 


Scoredisc non-sync record cueing disc, ca. 1929.

 

A photograph of a simply handcrafted wooden box constitutes the frontispiece to Bill Brewster and Frank Broughton’s history of the DJ, Last Night a DJ Saved My Life. The box, looking like the long-lost Ark of the Covenant, contains not two stone tablets but two turntables. It is identified by the authors as a “custom-made double turntable built in 1955 by Edward P. Casey of the Bronx, New York.” The humble box encapsulates the now well-known history of the DJ’s art of remixing recorded sounds. From its post-war origins in the Caribbean musical culture of sound systems, the practice migrated to and was transformed within the West Indian immigrant communities of New York’s outer boroughs. It developed in the hands of African-American and Latino DJs, culminating in a celebratory embrace of the hip hop aesthetic of cut-n-mix by mainstream pop culture across America and around the world.  

UNNEEDED CONVERSATIONS 2012 – LOW COST – Inscrições abertas


foto: Kostyantyn Stepanskyy

 

UNNEEDED CONVERSATIONS 2012 – LOW COST
International Seminar on the practice and theory of art
FBAUP, Porto, 16-19 Maio/May

Inscrições abertas

+ Informações e inscrições em www.unneeded.i2ads.org
Ficha de inscrição:  http://www.i2ads.org/unneeded2012/registration/on-line-form/

As Unneeded conversations são uma iniciativa de âmbito internacional do Instituto de Investigação em Arte Design e Sociedade (i2ADS). Estes seminários tiveram a sua primeira edição em Maio de 2010 e têm como objectivo constituir uma plataforma  interdisciplinar de discussão e reflexão sobre a prática artística contemporânea.As Unneeded conversations 2012 – LOW COST terão lugar de 16 a 19 de Maio na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e noutros locais da cidade.Organização:
Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS) / Núcleo de Arte e Intermedia.
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP)Coordenação e edição: 
Miguel Leal  e Fernando José Pereira (FBAUP/i2ADS)Editores Convidados:
UNEDITED – Mário Moura (FBAUP/i2ADS) e Sofia Gonçalves (FBAUL)
UNTAKEN – Pedro Bandeira (UM)

Introdução:
Não passaram ainda dois anos desde que realizámos as primeiras UNNEEDED CONVERSATIONS (UNC), em Maio de 2010,  e nada está na mesma. Instalou-se à nossa volta uma espécie de estado de emergência em que tudo parece querer desmoronar-se. O quotidiano está hoje contaminado pelo léxico da crise, e esta crise parece ocupar todos os interstícios da realidade, sendo, ao mesmo tempo, a culpada de tudo, uma desculpa salvadora para os projectos adiados, ou,  porque não, uma oportunidade para o pensamento radical da diferença.

Foi neste contexto que tomámos a decisão de dar continuidade às conversas desnecessárias, conscientes das dificuldades que temos pela frente, até porque não poderiam estar reunidas condições mais adversas para a sua realização. O nosso objectivo é assegurar que a im-possibilidade das UNC 2012 se transforme em turbulência, à imagem do motor de uma qualquer máquina a vapor que, apesar de obsoleta, teima em manter-se a trabalhar. Imperfeita e gaguejante, é o facto de esta máquina continuar a trabalhar que a torna produtiva.

Decidimos, por tudo isto, olhar a realidade de frente e organizar estas unneeded conversations sob o signo do low cost. Todos conhecemos esta noção, ainda que somente a partir do ponto de vista do consumo e da possibilidade de gerar lucro. Conhecemos as companhias de aviação, conhecemos os hotéis, os restaurantes, os outlets —; enfim, toda uma realidade que impera na face visível da economia contemporânea e que é tão feliz quanto enganadora, já que com o low cost temos não apenas a democratização do consumo mas também a imposição da precariedade como moeda de troca.

A noção de low cost — e as formas de precariedade que dela dependem — não só não é um exclusivo das formas financeiras da economia como abre todo um novo e insuspeitado campo produtivo de pensamento e acção. Como sabemos, há outras economias e também essas podem ser vistas sob esse prisma do low cost. Pense-se apenas na prática artística e na descoberta de novas formas de acção que integram a precariedade como modalidade poderosa para continuarem a produzir sentido; pense-se nas formas da mediação que resistem à obsessão pela novidade tecnológica ou ao mito da transparência comunicacional; pense-se na reapropriação do degradado espaço público das cidades e na sua livre transformação; pense-se na erupção da edição de autor e na construção de formas alternativas de publicação; pense-se, em suma, como o carácter precário de algumas destas realidades é justamente aquilo que lhes confere um estatuto produtivo e uma resistência ao mainstream do low cost.

Os quatro tópicos de discussão das UNC 2012, um para cada dia, são os seguintes:

16 de maio - UNGOVERNABLE: The precarious politics of art
17 de maio - UNTAKEN: Public Space, Back to Normality
18 de maio - UNEDITED: Pocket Publication: the Economy of Publishing
19 de maio - UNFUELED: The Potentiality of Media and its Shadows

http://www.unneeded.i2ads.org

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Oral history interview with John Cage, 1974 May 2

http://www.aaa.si.edu/collections/interviews/oral-history-interview-john-cage-12442 

 

Cage, John, b. 1912 d. 1992
Painter, Author, Composer
New York, N.Y.

Size: Sound recording: 1 sound tape reel ; 5 in.
Transcript: 55 p.

Collection Summary: An interview of John Cage conducted 1974 May 2, by Paul Cummings, for the Archives of American Art.

Cage speaks of his education; studying art and architecture in Europe; his paintings; his music teachers including Richard Buhlig, Henry Cowells, and Adolph Weiss; his lectures on modern art and music; his first wife, Xenia; teaching at the Cornish School, the Chicago Institute of Design, and Black Mountain College; taking chess lessons from Marcel Duchamp; Oriental philosophy; and “Silence,” “Empty Words,” and other compositions. He recalls Josef Albers, Bonnie Bird, Merce Cuningham, Jasper Johns, Robert Rauschenberg, Mark Tobey, Alan Watts, and others.

Biographical/Historical Note: John Cage (1912-1992) was a composer and printmaker from New York, N.Y.

This interview is part of the Archives of American Art Oral History Program, started in 1958 to document the history of the visual arts in the United States, primarily through interviews with artists, historians, dealers, critics and others.

Funding for the digital preservation of this interview was provided by a grant from the Save America’s Treasures Program of the National Park Service.

INTERVIEW TRANSCRIPT

The transcript of this interview is in the public domain and may be used without permission. Quotes and excerpts must be cited as follows: Oral history interview with John Cage, 1974 May 2, Archives of American Art, Smithsonian Institution

ORAL HISTORY INTERVIEW WITH

John Cage
May 2, 1974
Interviewer: Paul Cummings

 

John Cage: An Autobiographical Statement

text from http://johncage.org/autobiographical_statement.html

What follows is John Cage’s “Autobiographical Statement“(1990), which, in time, will transform into a fully animated multimedia version. Hyperlinked words will take you to a wealth of materials across media — some drawn from the archives of the John Cage Trust, some discovered within the folds of the World Wide Web, some newly created. While we work to create these links (both content and access), we ask that you consider submitting for consideration your own contributions, which may take the form of text, video, music, and/or images (files or links). Like our “Folksonomy,” this aspect of the website means to infinitely expand.

 

Masterclass e Workshop de Som para Cinema

Aqui segue a informação da próxima acção de formação promovida pelo projecto Estaleiro onde teremos o experiente director de som Vasco Pimentel que irá falar da sua experiência e da sua colaboração com alguns dos realizadores com Wim Wenders, Vincent Gallo, Raúl Ruiz, Werner Schroeter, João Botelho, Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Miguel Gomes, entre outros.
Foi também o director de som do filme TABÚ (realizado por Miguel Gomes) que recentemente foi duplamente premiado no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
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MASTERCLASS
VASCO PIMENTEL – SOM PARA CINEMA

9 de Março 2012, 11h00Auditório da Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico do Porto
(http://g.co/maps/rkvrs

ENTRADA LIVRE

Nesta masterclass, o experiente director de som Vasco Pimentel irá falar da sua experiência e da sua colaboração com alguns dos realizadores com os quais trabalhou como Raúl Ruiz, Samuel Fuller, Werner Schroeter, Wim Wenders, Vincent Gallo, João Botelho, Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Paulo Rocha, Miguel Gomes, Teresa Villaverde, João Nicolau, entre outros. Irá também abordar o seu método de trabalho, demonstrar alguns exemplos práticos e falar sobre as suas opções e sugestões enquanto parte de um filme e duma equipa de rodagem.

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WORKSHOP DE SOM PARA CINEMA
Formador: Vasco Pimentel

DATA
9, 10 e 11 de Março 2012
9 de Março: 14h30-19h30
10 e 11 de Março: 10h30-13h30 + 14h30-18h30

LOCAL
Vila do Conde

INSCRIÇÃO
Preço: 25 Euros por pessoa.
Inscrições para o email campus@curtas.pt com envio de CV em anexo.

DESCRIÇÃO
Este workshop de dois dias e meio com um dos mais experiente directores do som portugueses, Vasco Pimentel, permitirá desenvolver competências de captação de som para cinema, vídeo e produções audiovisuais, dotando os participantes de conhecimentos técnicos, práticos e conceptuais. Através da vasta experiência de mais de 30 anos a trabalhar em cinema, Vasco Pimentel irá debruçar-se sobre o desenvolvimento de técnicas de captação de som em diferentes cenários e locais, operação de som em diferentes distribuições de luz e enquadramentos, a sua experiência com a escolha dos microfones mais adequados para exteriores e interiores, cuidados na escolha de decores de forma a evitar problemas na captação, perceber o que é pretendido pelo realizador em cada cena e análise do guião do ponto de vista do som.

DESTINATÁRIOS
Este workshop destina-se a estudantes, ou recem formados, na área do cinema, televisão e vídeo que tenham conhecimentos na área do som e que pretendam ver os seus conhecimentos aprofundados, seguindo uma metodologia demonstrativa e participativa, com realização de exercícios práticos.

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BIOGRAFIA VASCO PIMENTEL
Nascido em Lisboa, 1957. Vasco Pimentel é um dos mais requisitados directores de som e já trabalhou com realizadores como Raúl Ruiz, Samuel Fuller, Werner Schroeter, Wim Wenders, Vincent Gallo, João Botelho, Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Paulo Rocha, Teresa Villaverde, Miguel Gomes, João Nicolau, entre outros. Obteve a sua formação na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, tendo já leccionado e realizado workshop em instituições como Universidade Nova de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, London Film School, HEAD Genève, Docuperu (Lima, Peru), Jeu de Paume (Paris, França). Inicia actividade profissional na área do som em 1979 e conta já com um curriculum de mais de 130 filmes de longa-metragem, de que se destacam:  ”Street of no Return” de Samuel Fuller; “El Territorio”, “La Ville des Pirates ” e “Point de Fuite” de Raúl Ruiz; “Der Rosenkoenig”, ”Malina” e “Poussières D’Amour” de Werner Schroeter; “The Brown Bunny”  de Vincent Gallo; “Lisbon Story” de Wim Wenders;  ”Silvestre” e “Recordações da Casa Amarela” de João César Monteiro; “Visita ou Memórias e Confissões”, “Lisboa Cultural” e ”Bandeira Nacional” de Manoel de Oliveira;  ”O Desejado” e “Máscara de Ferro contra Abismo Azul” de Paulo Rocha; “A Cara que Mereces”, “Aquele Querido Mês de Agosto” e  ”Tabu” de Miguel Gomes;  “ Os Mutantes”, ”Transe” e “Cisne” de Teresa Villaverde; A Espada e a Rosa” de João Nicolau;  ”Les Amants Terribles” de Danièle Dubroux; “Daily Chicken” e ”Stark Fuers Leben” de Lilly Grote; “Conversa Acabada”, “Um Adeus Português” e “Aqui Na Terra” de João Botelho; entre muitos outros.
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Mais informações em www.estaleiro.curtas.pt/agenda?id=39

 

 


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